Estudo identifica desafios e necessidades para cumprir "Meta do Ensino Fundamental" no Cabo


O Centro das Mulheres do Cabo (CMC), em parceria com o Projeto Escolas Seguras e Acolhedoras para Meninas e Jovens Mulheres de Pernambuco (ESA), lançou o Balanço da Meta 2 do Ensino Fundamental no Plano Municipal de Educação (PME) do Cabo de Santo Agostinho, analisando dados do Censo Escolar 2022-2023 do INEP/MEC e do Censo Demográfico do IBGE. A pesquisa evidencia os desafios para garantir que 95% dos alunos concluam o Ensino Fundamental dentro da faixa etária de 6 a 14 anos até 2025, um objetivo central do PME.

O estudo revelou desigualdades substanciais entre as escolas urbanas e rurais, com impactos diretos no cumprimento da meta. Com um PIB de R$ 1 bilhão e uma renda per capita de R$ 47.924,83, o município enfrenta dificuldades para proporcionar um ambiente de aprendizado equitativo. Um dos dados mais preocupantes é a discrepância nas matrículas entre meninos e meninas, com uma participação menor das meninas nas escolas, refletindo um desafio para políticas públicas educacionais que precisam ser mais inclusivas.

Outro dado alarmante foi o fechamento de 19 unidades escolares entre 2014 e 2023, com a maioria das escolas fechadas localizadas nas áreas rurais. Este fechamento afetou diretamente o acesso à educação para as crianças dessas regiões. O transporte escolar também surge como um obstáculo, já que 65% das escolas rurais não oferecem os anos finais do Ensino Fundamental, obrigando os estudantes a se deslocarem para áreas distantes.

A infraestrutura nas escolas rurais também é insuficiente: 57,5% não possuem bibliotecas, 87,5% não têm quadras esportivas, e 70% carecem de computadores, ferramentas essenciais para o aprendizado moderno. A análise qualitativa da pesquisa também revela a necessidade urgente de fortalecer o debate sobre gênero nas escolas, combatendo discriminação, assédio e violência sexual, além de promover a igualdade racial, já que 49,28% dos estudantes se identificam como pretos ou pardos.

A pesquisa destaca que 100% das escolas rurais e 97,5% das urbanas possuem órgãos colegiados, enfatizando a importância da participação democrática na gestão escolar. No entanto, a participação social na educação ainda precisa de mais incentivo e articulação, principalmente com as famílias, para garantir uma educação de qualidade e inclusiva.

Com base nesses dados, o estudo propõe um acompanhamento rigoroso das metas do PME, além de ajustes nas políticas públicas para assegurar que todos os alunos, independentemente da região, tenham acesso a uma educação fundamental de qualidade. O debate sobre essas questões será fundamental para o futuro da educação no Cabo de Santo Agostinho e em Pernambuco como um todo.


* Com informação da Assessoria e imagem de Rosana Olegário


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