A greve dos professores da rede municipal do Recife continua sem previsão de encerramento. Em assembleia permanente realizada nesta segunda-feira (19), no Pátio da Prefeitura, a categoria decidiu, por unanimidade, rejeitar a proposta de reajuste apresentada pela gestão do prefeito João Campos. A mobilização, coordenada pelo Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino (SIMPERE), entra em sua segunda semana com forte adesão e novas ações previstas para os próximos dias.
A proposta da Prefeitura previa um reajuste de 1,5% retroativo a janeiro, com aumento para 2,5% a partir de maio, além de um abono de 4,41% em parcela única, sem data definida para pagamento. Para o sindicato, a medida é insuficiente e fere a Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério, que determina o reajuste de 6,27% aplicado à carreira. Os professores também reivindicam a reposição das perdas acumuladas nos últimos anos.
“A proposta da gestão ignora nossa principal reivindicação e tenta mascarar a valorização profissional com abonos. Isso não garante direitos nem repercute na carreira”, afirmou Jaqueline Dornelas, da coordenação do SIMPERE.
A greve foi deflagrada no dia 9 de maio, após o fim unilateral das negociações por parte da Prefeitura. Desde então, os profissionais da educação vêm realizando atos, aulas públicas e assembleias no centro do Recife. A nova reunião com representantes da gestão está marcada para esta terça-feira (20), e a categoria permanece em estado de alerta.
Entre os principais pontos denunciados pelo sindicato estão também o sucateamento das escolas, salas superlotadas, falta de climatização e ausência de políticas de inclusão para alunos com deficiência. “Não lutamos apenas por salário, mas por condições dignas de trabalho e respeito à educação pública”, destacou Anna Davi, também do SIMPERE.
A assembleia permanente segue no Pátio da Prefeitura, com nova deliberação após a rodada de negociação. O sindicato reafirma que permanece aberto ao diálogo, desde que as propostas respeitem a legalidade e a valorização profissional.
A mobilização segue forte nas redes sociais com a hashtag #ValorizaProfessor, usada para denunciar a desvalorização da categoria e chamar atenção da população para a luta em defesa da educação pública no Recife.
* Com informação da Assessoria e imagem de divulgação/ Filipe Gondim
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