Novas regras da cirurgia bariátrica incluem adolescentes e casos de fibrose hepática


A cirurgia bariátrica no Brasil agora poderá ser realizada a partir dos 14 anos, conforme as novas diretrizes divulgadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). A atualização representa um marco no combate à obesidade grave e às doenças associadas, ampliando o acesso ao procedimento para adolescentes e pacientes com esteatose hepática (gordura no fígado) associada à fibrose. Até então, a cirurgia só era indicada a partir dos 16 anos.

A mudança nas diretrizes responde ao avanço das evidências científicas e à necessidade de intervenção precoce em quadros graves de obesidade. Especialistas acreditam que operar pacientes ainda na adolescência, quando o tratamento clínico não surte efeito, pode prevenir complicações como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e problemas ortopédicos. No caso dos jovens, a SBCBM recomenda que a cirurgia ocorra preferencialmente em hospitais públicos ou universitários, com suporte de equipe multidisciplinar — endocrinologistas, pediatras, nutricionistas e psicólogos.

Outra inovação relevante é a inclusão da esteatose hepática com fibrose como nova indicação para cirurgia. A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) pode evoluir para quadros graves como cirrose e até falência hepática. Nestes casos, a cirurgia bariátrica surge como alternativa eficaz, principalmente quando o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios.

As novas diretrizes reforçam também que a cirurgia bariátrica não deve ser encarada como um procedimento estético, mas sim terapêutico. A indicação é mantida para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, ou superior a 35 quando há comorbidades graves. A decisão deve ser baseada em avaliação médica criteriosa e individualizada.

O Brasil é hoje o segundo país que mais realiza cirurgias bariátricas no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Com a atualização, o país se alinha a protocolos adotados em nações europeias, fortalecendo a medicina baseada em evidências no enfrentamento da obesidade, um dos principais desafios de saúde pública da atualidade.


Informações da Assessoria - Foto/ Imagem: Freepik


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