Pesquisa revela potencial de reocupação do Centro do Recife e aponta desafios urbanos

Uma pesquisa conduzida pela UniFBV Wyden em parceria com a Prefeitura do Recife revelou que o Centro da cidade tem alto potencial de reocupação, principalmente para fins residenciais. O estudo ouviu 780 pessoas de diversas faixas etárias, com predominância de jovens entre 18 e 31 anos, interessados em viver em áreas centrais, desde que haja melhorias estruturais.

Atualmente, mais de 90% dos entrevistados não moram na região central, mas cerca de 27% disseram que se mudariam para o Centro caso houvesse mais segurança, infraestrutura e incentivos públicos. Entre os formatos de moradia preferidos estão os apartamentos compactos (40%) e os imóveis de uso misto, como prédios com lojas no térreo e habitação nos andares superiores (31%).

A pesquisa apontou ainda que 86% dos participantes acreditam que prédios abandonados devem ser reaproveitados como habitação. Por outro lado, 56% desconhecem ações do poder público voltadas à revitalização do Centro, o que revela a necessidade de maior divulgação das políticas urbanas já existentes.

Entre os principais obstáculos identificados para a reocupação estão a insegurança (citada por 43% dos respondentes), ruídos, poluição e o custo de vida. Para reverter esse cenário, a Prefeitura do Recife tem implementado programas como o Recentro e a Lei do Retrofit, além de oferecer incentivos fiscais para empreendimentos habitacionais no perímetro central.

O arquiteto e pesquisador José Adriano Pereira destaca que recuperar o Centro é essencial para enfrentar os desafios da habitação e estimular a mobilidade urbana. “Com planejamento, podemos transformar a área central em um lugar vivo, seguro e acessível para todos”, afirma.

A revitalização do Centro do Recife não depende apenas de obras, mas de políticas públicas integradas, participação da sociedade e valorização da história e cultura local. O desejo de morar no coração da cidade está presente — falta agora garantir condições para que isso se torne realidade.

* Informações da Assessoria de Imprensa - Foto/ Imagem: José Adriano Pereira