O Agosto Lilás, mês dedicado ao enfrentamento da violência contra a mulher, reforça a importância da Lei Maria da Penha, que completou 19 anos no dia 7 de agosto. Em Goiás, o tema ganha ainda mais relevância diante dos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, que revelam aumento em casos de tentativas de feminicídio, ameaças, perseguições e violência psicológica contra mulheres.
Nesse contexto, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), vinculado à Rede Ebserh, vem se destacando como referência em acolhimento humanizado, sigiloso e qualificado às vítimas. Desde a criação do Protocolo Clínico de Atenção às Mulheres em Situação de Violência, a unidade fortaleceu o papel estratégico dos hospitais universitários na prevenção, cuidado e encaminhamento de mulheres em situação de risco.
A médica sanitarista Marta Maria Alves da Silva, responsável pela elaboração do Protocolo, explica que o documento orienta profissionais de saúde em todas as etapas de atendimento: desde a urgência e emergência até internações e alta hospitalar. A partir daí, as pacientes são encaminhadas para serviços da Rede de Atenção e Proteção às Mulheres, como delegacias, conselhos tutelares, unidades do SUAS e CAPS.
O Protocolo também define a conduta das equipes médicas, de enfermagem, psicologia e serviço social, reforçando a obrigatoriedade da notificação compulsória de casos de violência ao Ministério da Saúde. Essa medida fortalece a integração entre hospital, Secretaria Municipal de Saúde e órgãos de proteção.
Segundo Marta, o Centro-Oeste é uma das regiões com maiores índices de violência contra a mulher no Brasil, superando a média nacional. “A violência de gênero segue sendo uma das expressões mais alarmantes das desigualdades sociais. A maioria das vítimas é de mulheres negras e os principais agressores são parceiros ou ex-parceiros”, afirma.
Apesar da estabilidade nos feminicídios entre 2023 e 2024, outros tipos de violência cresceram em Goiás, exigindo políticas públicas mais eficazes. Para a especialista, o Agosto Lilás potencializa a mobilização social: “É um momento de conscientização para desconstruir a cultura da violência e do estupro, que ainda persiste em nosso país”.
O HC-UFG, integrante da Rede Ebserh, reforça sua missão de unir assistência pelo SUS, formação acadêmica e pesquisa em saúde. A atuação integrada no combate à violência contra a mulher demonstra que hospitais universitários podem ser protagonistas na defesa da vida, da dignidade e dos direitos humanos.
Informações da Assessoria - Foto/ Imagem de Destaque: Site UFG
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