No mês de conscientização do Outubro Rosa, especialistas reforçam que a alimentação desempenha papel essencial na prevenção e no suporte ao tratamento do câncer de mama. A nutricionista Jacqueline Thedim explica que, embora a dieta não cure a doença, ela influencia diretamente fatores de risco, inflamação e recuperação durante a terapia. Estudos internacionais mostram que manter o peso corporal adequado, praticar atividade física regularmente e priorizar alimentos de origem vegetal pode reduzir significativamente o risco de câncer.
“A nutrição atua na prevenção, suporte durante o tratamento e recuperação pós-tratamento. O objetivo não é culpa, mas oferecer ao corpo o que ele precisa para responder melhor às terapias e reduzir processos inflamatórios ligados ao câncer”, afirma Jacqueline.
O excesso de peso e a obesidade estão entre os principais fatores de risco, especialmente após a menopausa. O tecido adiposo em excesso libera hormônios como o estrogênio e citocinas inflamatórias, estimulando o crescimento de células tumorais. Além disso, inflamação, estresse oxidativo e alterações na microbiota intestinal aumentam a progressão tumoral.
Segundo a especialista, desinflamar o organismo e equilibrar o peso são estratégias centrais tanto na prevenção quanto no suporte terapêutico. A alimentação estratégica se baseia em três pilares: anti-inflamação, reparação e manutenção da massa magra. Entre os alimentos recomendados estão vegetais crucíferos, fontes de betacaroteno, frutas e verduras coloridas, grãos integrais, leguminosas, proteínas magras, peixes ricos em ômega-3, sementes e temperos funcionais como cúrcuma e gengibre.
“Não existe alimento mágico, mas sim um padrão alimentar protetor. Um prato colorido, com proteínas de qualidade e gorduras boas, cria um terreno biológico menos inflamado e menos favorável ao crescimento de tumores”, reforça Jacqueline.
Por outro lado, bebidas alcoólicas, carnes processadas, alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas aumentam risco oncológico e devem ser evitados. Durante quimioterapia, radioterapia e pós-operatório, o foco nutricional é preservar massa magra, reduzir inflamação e minimizar efeitos colaterais como fadiga e náusea. Avaliação individualizada da composição corporal e ajustes na dieta são fundamentais.
Pacientes relatam benefícios claros do acompanhamento nutricional. Mariana, 48 anos, destaca: “As orientações aumentaram minha energia e reduziram minha ansiedade em relação à comida durante a quimioterapia”. Carolina, 52 anos, acrescenta: “Aprendi a focar em proteínas e pratos que me mantêm saciada sem inflamar meu corpo”.
A nutricionista reforça que a alimentação deve ser integrada ao tratamento oncológico multidisciplinar, sem substituir terapias médicas. A orientação baseada em ciência, empatia e personalização permite que o alimento funcione como ferramenta de cuidado.
“Nutrir o corpo é dar condições para que ele reaja com mais força. A comida não cura, mas protege, fortalece e acolhe”, conclui Jacqueline.
Informações da Assessoria - Foto/ Imagem de Destaque: Reprodução/ HCP
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