A rede municipal de ensino do Recife entrou oficialmente em greve na última sexta-feira (9), após uma assembleia geral realizada pelo Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (SIMPERE), no Clube Português. A decisão foi tomada por unanimidade, em resposta à insatisfação da categoria com a proposta de reajuste salarial apresentada pela gestão do prefeito João Campos (PSB). A greve, que suspende as atividades escolares por tempo indeterminado, reflete a luta dos professores por melhores condições de trabalho e valorização profissional.
Durante a última rodada de negociações, a Prefeitura do Recife ofereceu um reajuste de apenas 2,45% a partir de maio, proposta considerada insatisfatória pelos profissionais da educação. O SIMPERE exige o cumprimento integral da Lei do Piso Nacional do Magistério, que estabelece um reajuste de 6,27%, com pagamento retroativo a janeiro e a incorporação do aumento à carreira dos docentes. Além disso, os professores pedem a reestruturação dos interstícios, o pagamento justo para aposentados, ampliação da carga horária e o cumprimento das aulas-atividade, essenciais para o planejamento pedagógico.
Jaqueline Dornelas, coordenadora geral do SIMPERE, destaca que a greve é um ato de resistência contra a falta de comprometimento da gestão municipal com a educação. “Deflagramos a greve porque não há mais espaço para enrolação. A cada mesa de negociação, a Prefeitura se nega a apresentar uma proposta digna”, afirmou. Já Anna Davi, também coordenadora do sindicato, critica a atual gestão por tratar os professores como “invisíveis”, ignorando as condições precárias das escolas e negando direitos básicos da categoria.
A paralisação pode afetar diretamente o calendário escolar, deixando milhares de estudantes da rede municipal sem aulas. O SIMPERE faz um apelo à população, solicitando apoio ao movimento e reforçando que a luta é pela valorização dos profissionais da educação e pela garantia de uma educação pública de qualidade. Enquanto a greve persiste, os professores aguardam uma nova rodada de negociações com a gestão municipal, na esperança de uma resposta que atenda às suas demandas.
* Com informação da Assessoria e imagem de divulgação/ Kauana Portugal
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