Em Pernambuco, 63,33% das mulheres empreendedoras sobrevivem com renda de até um salário mínimo, segundo dados da Pnad Contínua do IBGE. O cenário revela a vulnerabilidade econômica de milhares de mulheres que buscam consolidar seus negócios no estado. A baixa renda, somada a exigências desfavoráveis e preconceitos, é apontada como um dos principais entraves no acesso a crédito junto a instituições financeiras.
O tema será debatido durante a Feira do Empreendedor do Sebrae, no painel “Financiando sonhos, impulsionando negócios: o papel do crédito na jornada da mulher empresária”, que acontece no dia 22 de agosto, às 15h30, no Centro de Convenções de Campina Grande. A discussão contará com representantes de instituições financeiras, como Lorena Barbery, assessora de Desenvolvimento do Cooperativismo da Sicredi Evolução.
De acordo com o IBGE, 34,82% das empresas pernambucanas têm mulheres como proprietárias — cerca de 413,8 mil empreendedoras. Entre elas, mais da metade (53,55%) atua no setor de serviços, um dos mais vulneráveis às oscilações econômicas. Outro dado preocupante é que 77,97% das empreendedoras não contribuem para a previdência, ampliando a exposição à instabilidade financeira.
“Os números mostram que as mulheres ainda enfrentam obstáculos estruturais, ligados não apenas à gestão do negócio, mas ao próprio acesso a crédito e à falta de políticas específicas para quem tem renda mais baixa”, afirma Joana Macêdo, assessora de Desenvolvimento do Cooperativismo na Central Sicredi Nordeste.
No cenário nacional, a desigualdade também se repete. Dados do Banco Central mostram que apenas 34% do crédito formal é concedido a mulheres. Segundo levantamento da Febraban, os valores liberados a elas são, em média, menores do que os destinados a homens em condições semelhantes. Já a Serasa Experian aponta que, mesmo com índices menores de inadimplência, as mulheres ainda enfrentam juros mais altos e dificuldades na renegociação de dívidas.
“O cooperativismo de crédito busca preencher essa lacuna, oferecendo não apenas linhas financeiras, mas também capacitação e atendimento personalizado. Fortalecer as empreendedoras significa transformar comunidades inteiras”, acrescenta Joana Macêdo.
O setor cooperativista tem ampliado iniciativas voltadas ao empreendedorismo feminino. Somente em 2024, o Sicredi destinou R$ 14 bilhões em crédito para empresas lideradas por mulheres, além de investir em cursos de formação e em comitês de equidade de gênero.
“O diferencial do cooperativismo é aliar produtos financeiros a impacto social, fortalecendo o acesso das mulheres a soluções sustentáveis e promovendo inclusão produtiva”, finaliza Joana Macêdo.
Informações da Assessoria - Foto/ Imagem de Destaque: Divulgação/ Thamires de Paula
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